quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Como funcionam os polígrafos (Parte 2)



Os exames não são capazes de detectar especificamente se uma pessoa está mentindo, de acordo com o operador de polígrafo Bob Lee, ex-diretor executivo de operações no Axciton Systems (em inglês), um fabricante de polígrafos. Mas há certas respostas psico-fisiológicas que podem indicar, a um examinador de polígrafo, um comportamento considerado mentiroso.
    O polígrafo foi submetido a grandes mudanças na última década. Por muitos anos, os polígrafos analógicos foram muito utilizados (eram aqueles instrumentos que você vê nos filmes com algumas agulhas riscando linhas em uma fita de papel). Atualmente, a maioria dos testes é administrada com equipamento digital. A fita de papel foi substituída por algoritmos sofisticados e monitores de computador.

    Quando você se senta em uma cadeira para um exame de polígrafo, vários tubos e cabos são conectados a seu corpo em lugares específicos a fim de monitorarem suas atividades fisiológicas. Supõe-se que o comportamento mentiroso engatilhe certas mudanças que podem ser detectadas por um polígrafo e um examinador treinado, chamado de psicofisiologista forense(FP). Esse examinador procura pela variação em certas atividades fisiológicas. Veja uma lista das atividades monitoradas pelo polígrafo e como isso acontece.
·            Freqüência respiratória - dois pneumógrafos, tubos de borracha cheios de ar, são colocados ao redor do peito e do abdômen da pessoa que vai se submeter ao teste. Quando os músculos peitorais e abdominais expandem, o ar dentro dos tubos é deslocado. No polígrafo analógico, o ar deslocado atua sobre um fole que contrai quando os tubos se expandem. Esse fole é anexado a um braço mecânico, que, por sua vez, é conectado a uma caneta que faz as marcas sobre uma fita de papel quando o examinado respira. O polígrafo digital também usa o pneumógrafo, mas usa transdutores para converter a energia do ar deslocado em sinais eletrônicos.
·            Pressão arterial/freqüência cardíaca - um manguito para medida de pressão arterial é colocado ao redor da parte superior do braço do examinado, com tubos de comunicação com o polígrafo. À medida que o sangue bombeia pelo braço ele faz um som, as mudanças na pressão causadas pelo som deslocam o ar nos tubos, que são conectados ao fole, que move a caneta. Mais uma vez, nos polígrafos digitais, esses sinais são convertidos em sinais elétricos pelos transdutores.
·            Resposta galvânica da pele (GSR) - também chamada de atividade eletrodérmica, é basicamente uma medida do suor nas pontas dos dedos. As pontas dos dedos são uma das áreas mais porosas no corpo e é um bom lugar para procurar pelo suor. A idéia é que nós suamos mais quando estamos sob estresse. As placas digitais, chamadas de galvanômetros, são anexadas em dois dedos do examinado. Essas placas medem a capacidade da pele de conduzir a eletricidade. Quando a pele está hidratada (suada), ela conduz a eletricidade muito mais fácil do que quando está seca.

Alguns polígrafos também registram movimentos de braços e pernas. Enquanto o examinador faz perguntas, os sinais dos sensores conectados a seu corpo são registrados em uma fita de papel.
    Lee, que tem executado exames de polígrafo há 18 anos, concorda que os polígrafos não detectam mentiras. "O que aconteceu por todos esses anos é que a mídia acrescentou esse termo: detecção de mentiras. E é isso que fez sucesso. Mas de uma perspectiva científica, não há o que detecte a mentira. Eu posso lhe dizer como alguém que conta uma mentira se apresenta".
    Ele declara que os polígrafos podem detectar um comportamento mentiroso mesmo por meio do estresse provocado pelo próprio exame. "Se o psicofisiologista forense recebe um treinamento adequado e tem experiência, ele pode transpor isso. Por meio de um procedimento específico que o examinador usará, a ansiedade não será transposta".
    Na próxima seção, você vai aprender mais sobre quem são os examinadores de polígrafo e o que os qualifica para realizar esses exames.

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